25 de julho de 2010

perdi a inspiração. não consigo por no papel aquilo que sinto, o que penso, os meus sonhos, os meus medos nem as minhas vitórias.
estou perdida, estou perdida neste labirinto e ninguém me procura, simplesmente eles vem o meu corpo ali na sua frente, com a estrutura de um corpo de uma menina de 12 anos, a minha pele pálida, com o cabelo curto e bastante escuro pensam sempre que eu pinto o cabelo, mas não,sem conseguir sorrir, porque o sol não sorri para mim como sorri para eles.
não consigo respirar, eles não me deixam viver. só quero que acreditar que isto é tudo uma mentira, depois de estar alguns breves segundos com os olhos serrados com todas as minhas forças quero acreditar que nada daquilo é a minha vida.
quero ser a criança que um dia fui, que corria pelos florestas e que brincava com os lobos e cantava com os lindos pássaros que lá voavam.
hoje sinto-me infeliz por mim e por eles.
mas eu sei que eu sem eles serei só mais uma criança abandonada naquelas rua frias e escuras, onde nenhuma quer viver.
eles não são os meus pais, eles são as pessoas que não se importaram de me acolher, eu sei que não dou muito trabalho, também mal os vejo, estão sempre a trabalhar, passo mais tempo com a governanta da casa.
ela chama-se Gloria, ela senhora bastante simpática, tenta sempre realizar os meus desejos... mas eu com ela só partilho os meus desejos de comida, ela não sabe qual é o meu verdadeiro desejo.
ninguém sabe, porque ninguém me perguntou, porque ninguém se mostrou interessado a saber.
mas hoje pela a primeira vez vou gritar ao mundo qual é o meu grande desejo.
é ser eu, é conseguir descobrir quem sou!
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