5 de junho de 2010

(...)

Guardei-o na gaveta onde menos costumo ir mexer.
É de papel reciclado, já está um pouco machucado mas vai-se aguentado ano após ano.
É nele que guardo as minhas memórias as mais felizes como as mais tristes.
É lá que guardo as minhas primeiras cartas de amor, as fotografias de pessoas Importantes, mas ao longo do tempo foram ficando para trás.
Muitas vezes recorro ao "meu grande e fiel amigo".
Quando sinto saudades tuas vou lá e leio uma carta que me escreves-te antes de ires embora, outras vezes quando bate a saudades daqueles que já partiram abro a gaveta e tiro-o rapidamente e olho pra as suas caras onde estão os mais belos sorrisos de todos os outros.
Eu dia vou partir.
Vou partir para bem longe daqueles que eu mais amo e debaixo do braço vou leva-lo e quando o voltar abrir vai sair la´de dentro uma onda de ternura, de saudade, de amor que me acompanhará até aos últimos dias da minha vida.
Jamais vou pegar fogo ou jogar para o lixo uma lembrança, não interessa que seja boa ou má... mas são essas memórias que fazem de mim o que sou hoje.
Eu cresço com as minhas memórias.
Lá dentro guardo todas as memórias, todos os risos, todos os abraços que troquei com milhares de pessoas queridas. Tudo. Guardo tudo bem guardadinho e por fim, usando a minha saliva fecho o Envelope, mas não com muita pois vou querer lá voltar, vou querer reviver uma vez mais todos os momentos que passei ao lado de cada pessoa (...) e ponho-o novamente naquela gaveta mas nunca será esquecido. Para que um dia seja lembrado, para que um dia lhe possa dar um rumo.